segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Desnorte

Não me perguntem...
Não me pergunto.
Pois já não digo com palavras.
Porque quando falo, minto;
E quando minto, nego;
E quando nego, calo...
E em meu silêncio
Já não sigo caminhos,
Já não faço meus caminhos,
Descaminho, a esmo...

Sem rota e sem rastros
Sigo para qualquer parte,
Dando voltas em meus próprios passos,
Tropeçando em minhas próprias pernas.
Sem metas, nem cartas
Vou atento às setas, às placas;
Para delas desviar-me.
Alimentando-me de palavras
Vou conjugando cada verbo à sorte.
Buscando no caos sua ordem;
Na morte, o cume da vida;
Na vida, a razão da morte.

Desdizendo o que disse:
Desfazendo caminhos,
Construindo novas trilhas,
Vou seguindo velhos mapas...

Nenhum comentário: