Esse verso cor de pele
Que com as palavras peleja
Escrito na noite escura
Preta que nem sua dor
Nessa folha tão branquinha
Que faz parecer o céu
Se não fosse de papel
E se não fosse tão retinta
A pena que rasga o véu
Poema de amor seria
E conflito não haveria
Entre a tinta e o papel.
Esse versinho sem cor
Não sabe da dor uma linha
Do que guardam os griôs
Suas falsas rimas de amor
Entre o papel e a tinta
Escondem nas entrelinhas
Tingidas de rubra cor
Por séculos de tirania
O que a chibata arrancou.
Nós vamos é tocar tambor
Esquentar o nosso frio
Botar fogo no pavio
E reescrever a história
Com as tintas do arco-íris
Chamegar, fazer amor
Versejar em furta-cor
Na quizomba da vitória.
Paulo Roberto, 18/01/2022
(per)versos
Sempre escrevi em versos. Pensei,então, para o título do blog, algo como "in versos", não estava disponível. Depois, atentei que escrevia geralmente para mim mesmo, portanto, "introversos" expressaria melhor a idéia, também indisponível. Finalmente, ocorreu-me fazer uma malvadeza comigo mesmo, não somente tornando-os públicos, mas romper com uma forma de escrita, permitindo-me escrever o que estiver a fim, do jeito que desejar, para quem quiser ler... meus (per)versos. Aí foi!
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
A cor e o verso
domingo, 16 de maio de 2021
Ensinar, aprender, transformar
O ofício
dos ofícios, por muitos, desprestigiado;
Forma médico, engenheiro, político e advogado.
Em nosso mundo moderno, com sua complexidade,
O mais ilustre doutor não teria o seu valor,
Se dispensasse o trabalho do humilde professor.
E para além dos ofícios que demandam dos ensinos,
Que se
passam na escola, desde a mais tenra idade;
É lá aonde se aprende um importante conhecimento,
Que
explica os fundamentos e os rumos da sociedade.
Até mesmo a felicidade do ser humano moderno
Pode
encontrar nos cadernos as suas primeiras linhas.
Em cada lição de amor aprendida ali na sala;
Na aula de
solidariedade, de respeito e empatia;
Nas rodas
da alegria espalhadas em cada canto;
Na
rotina sem descanso, na lida do dia a dia.
Ensinar
e aprender;
Aprender
ao ensinar;
Ensinar
para aprender;
Aprender
pra transformar!
Mas parece que a escola padece de um encante...
E o
trabalho faz-se pranto. E o estudo faz-se dor.
E o
professor alienado, explorado, desvalido,
Um mero repetidor
de uma lição sem sentido,
Que já não
encontra ouvidos num público expectador.
Reféns de nefasta ordem que assola a sociedade,
Quem ensina já nem sabe do saber o seu sentido;
Quem aprende não confere ao ensino seu valor.
Lições de um mundo caduco, sem futuro, desolado;
De um ser desumanizado, num mundo empadecido...
É tempo de desencante, cobrar do homem a razão;
Resgatar a autonomia rumo à emancipação,
De cada
trabalhador.
Ser sujeito
criador, transformador da história.
Jogar
duro, até a vitória, no papel de educador,
Ensinador
de utopias, semeador de esperanças...
Educar cada criança na plena cidadania,
Pra ver
raiar um novo dia de fraternidade e amor.
Ensinar e aprender;
Aprender
ao ensinar;
Ensinar
para aprender;
Aprender
pra transformar!
Paulo
Roberto, 15/07/2019
quinta-feira, 30 de maio de 2019
domingo, 19 de maio de 2019
terça-feira, 14 de maio de 2019
domingo, 7 de abril de 2019
De uma noite mística
Ele trepa no pau e não sabe descer
Quem não pode não emprenha.