domingo, 7 de abril de 2019

De uma noite mística


Quem não esquece suasraízes e compreende onde está,
Sabe muito bem quem somos
E o que aqui viemos buscar.

Somos igara nessas águas
Somos a seiva dessas matas
E o ruflar das asas de um beija-flor.

Aqui viemos ocupar o que, por direito, é nosso.
Viemos estudar. Estudar muito!
Buscar o conhecimento.

Para compreender melhor esse mundo,
Nosso mundo.
Para transformá-lo num mundo melhor.
Melhor para todos e todas!

Jabuti sabe ler, não sabe escrever
Ele trepa no pau e não sabe descer

Jabuti quer saber ler, escrever, trepar, descer
Fazer e acontecer...

É por isso que aqui estamos.
E não nos esquecemos de onde viemos:
Viemos da terra, da luta, da luta pela terra.
E, por isso, resistimos!

Resistimos no aboio da menina vaqueira,
Na toada arrastada de quem anda devagar
Porque já não tem pressa, nem arreda.

E quem quiser vir que venha!

Ô, lelê, chapéu de lenha
Quem não pode não emprenha.

Viemos buscar,
Mas, também, deixar a nossa marca.

E encher esse canto com o nosso canto:
O nosso aboio,
A dança indígena,
O cacuriá,
O tambor de crioula,
Nossa mística
E muita festa!

E, assim, pintar a Universidade de povo!