Esse verso cor de pele
Que com as palavras peleja
Escrito na noite escura
Preta que nem sua dor
Nessa folha tão branquinha
Que faz parecer o céu
Se não fosse de papel
E se não fosse tão retinta
A pena que rasga o véu
Poema de amor seria
E conflito não haveria
Entre a tinta e o papel.
Esse versinho sem cor
Não sabe da dor uma linha
Do que guardam os griôs
Suas falsas rimas de amor
Entre o papel e a tinta
Escondem nas entrelinhas
Tingidas de rubra cor
Por séculos de tirania
O que a chibata arrancou.
Nós vamos é tocar tambor
Esquentar o nosso frio
Botar fogo no pavio
E reescrever a história
Com as tintas do arco-íris
Chamegar, fazer amor
Versejar em furta-cor
Na quizomba da vitória.
Paulo Roberto, 18/01/2022
Sempre escrevi em versos. Pensei,então, para o título do blog, algo como "in versos", não estava disponível. Depois, atentei que escrevia geralmente para mim mesmo, portanto, "introversos" expressaria melhor a idéia, também indisponível. Finalmente, ocorreu-me fazer uma malvadeza comigo mesmo, não somente tornando-os públicos, mas romper com uma forma de escrita, permitindo-me escrever o que estiver a fim, do jeito que desejar, para quem quiser ler... meus (per)versos. Aí foi!
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
A cor e o verso
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