Se a realidade é um todo em constante movimento,
A compreensão de um evento, de um fenômeno local,
Requer buscar no universal, do qual tudo faz parte,
O critério da verdade, da real concreticidade, do que é essencial.
E se o todo é o capital, com sua ordem destrutiva,
Que na atualidade agoniza, numa crise estrutural,
E num dilema fatal, subsome a própria vida,
Numa mediação restrita do Estado neoliberal,
O contrato social já não expressa a medida
E as lutas das coisas da vida, dentro do modo atual,
Na efetivação dos direitos, só encontrarão efeito para além do capital.
Nessa ordem destrutiva, desumana e desigual,
Que mortifica o trabalho para ampliar o valor,
O desemprego é a regra porque é estrutural
E se ilude o precariado com o fetiche empreendedor.
Para responder as demandas da desordem mundial,
A educação se organiza como um sistema dual,
Que nega o conhecimento a quem luta no dia a dia
E Justifica o fracasso pela meritocracia
Do inábil e incompetente aos olhos do capital.
E no Brasil atual, outra nuance somou,
De um passado colonial e escravagista,
Conformando um Estado capitalista,
Dependente, autoritário e conservador.
Sob um capital agroexportador,
Que negocia a natureza e a vida,
Maximizando no campo o seu valor,
Não deixando ao camponês alternativa,
A resistir com altivez ao opressor.
Foi nesse campo onde a luta se acirrou,
Em defesa da vida incontingente,
Por terra, reforma agrária e socialismo,
Que a educação do campo foi semente.
Outros sujeitos, outros campos, outras pedagogias,
Numa luta permanente, ampla e desigual,
Que abrange várias frentes contra o capital
E a conquista do direito se forja na luta,
Na medida da correlação da força bruta,
Mobiliza o nosso corpo e a nossa mente
Pra um futuro que é tecido na luta presente.
E a ordem do dia é imperativa:
Num só movimento construir e lutar!
Pois, a luta é por direito e hegemonia,
Ocupando a escola e a pedagogia,
Na labuta que é de hoje e de toda vida,
Para garantir as condições objetivas
E para construir o poder popular!
Paulo Roberto, 28 de maio de 2025.
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